CRÍTICA | HURRY UP TOMORROW: ALÉM DOS HOLOFOTES

Após o fracasso retumbante na concepção e entrega da série The Idol, na HBO, Abel Tesfaye, ou popularmente conhecido como The Weeknd, resolveu ir mais fundo no poço e conseguiu conceber uma cilada de 1h45min que merece todo e total repúdio.

Inspirado no sexto álbum de estúdio do músico The Weeknd, Hurry Up Tomorrow: Além dos Holofotes é um thriller psicológico que acompanha um músico famoso que, durante uma noite de insônia, é levado para uma jornada sem precedentes com uma estranha – uma jovem obcecada por seu trabalho (Jenna Ortega). A relação entre os dois deixa o cantor à beira de um colapso. Em meio à crise emocional, o cantor irá desafiar o que sabe sobre si mesmo e desvendar faces que não conhecia.

Vamos ao principal ponto: o cantor precisa urgentemente entender que ele não está apto para o campo da atuação como ele está em outro patamar artístico na música. Claro que existem exemplos em que personalidades conseguiram sim transitar entre as mais variadas esferas do entretenimento entregando conteúdos para esses meios, mas ele precisa compreender que este campo não é o dele.

E isso fica ainda mais evidente pelos seus parceiros de cena, no caso Jenna Ortega e Barry Keoghan, que mesmo com o material não tendo base alguma, uma substância sequer, fica a cargo da atriz demonstrar que consegue extrair algo com significado diante da incipiente ideia do que o filme quer representar, cujo final é praticamente indecifrável, enquanto Keoghan, que pouco é desenvolvido, tem uma figuração de luxo, mas o abismo é mais em baixo.

Digo isso porque o uso de sonoridade maneira, o que inclui canções do próprio cantor ao longo da projeção, já que a ‘história’ é baseada no álbum homônimo de Tesfaye, a fotografia estilizada também faz parte do pacote de venda de um suposto conceito, que de tão indecifrável, dispensa qualquer comentário dada falta total de coesão.